Ainda sobre o "chat" no post da M.

No seguimento do post anterior muito bem escrito pela “Eme”, comentei que amar alguém que não está ao nosso alcance mata-nos aos poucos por dentro. O Somo concordou e comentou que tudo passa. Hoje fiquei a pensar no que a “Eme” escreveu, pelo que sei não fui o único que o fez. Parece que a frontalidade do post mexeu com alguns que o leram.Ser amado sem conseguir amar e por sua vez amar o impossível. Grande dilema este, vivi um assim parecido pois não estou inteirado pelo menos de parte do dilema da Eme, acredita amigo Somo não se esquece, adormece.
Quantas vezes traí a Raquel a minha actual companheira de várias formas com a mesma mulher?! Ou quantas vezes me traí a mim mesmo estando ainda com a Raquel?! Traição tem muitas vertentes, a Eme costuma dizer que ninguém pode ocupar o lugar de ninguém, se outra pessoa entra é porque o lugar está vazio. Disse muitas vezes sempre que falavamos no meu assunto. É verdade isto. Quando nos apaixonamos por outra pessoa não estamos a trair apenas outra pessoa mas também nós mesmos. Já escrevi neste espaço muito sobre ela em como gostava de ter sido um príncipe decente. Tentei esquecê-la, magoei-a para depois correr para ela na primeira oportunidade que tinha. Aceitou-me sempre para depois tornar a magoá-la. Por muito que achemos que não curtimos uma mulher a partir do momento em que pensamos nela só por pensar e depois quando pensamos noutras cenas a espinha arrepia e tudo em nós “levanta” isso é amor. Os gajos sabem do que falo. Apenas sexo qualquer uma serve mas aquela que nos provoca estas cenas é a mulher que achamos que não amamos e que vamos esquecer. Às vezes nós gajos somos burros. É verdade! Tanto a magoei que um dia ela decidiu seguir a sua vida. Achei que era tanga e pensava ya tu voltas. Passou um dia, passou outro e quando dei conta outro gajo tinha dela tudo o que eu queria ter. Fui burro em pensar que o que eu via nela mais ninguém via. Teve uma linda menina, tornou-se numa mãe mais linda ainda, parecia que nem tinha sido mãe. Eu fiquei no desejo, no desejo que aquela filha fosse minha. Eu sabia que se deixasse a Raquel, ela era a tal que me ia fazer o gajo mais feliz deste mundo. Gostávamos das mesmas coisas, curtiamos muito juntos, com ela sentia-me homem.Com a Raquel isso já não existia. Por cobardia, por vidas já consolidadas, pela família, mantive-me com a Raquel, cumpro com as minhas obrigações como homem, mas é ela que está sempre na minha cabeça. Não há muito tempo cheguei a ir vê-la de longe à hora em que ela levava a miúda ao infantário, é bébé ainda. A maturidade da maternidade deu-lhe o toque especial que faltava.Vou morrendo aos poucos por estupidez minha. O gajo tem tudo o que eu quis e nunca lhe dei, bastava-me dizer quero ficar contigo e ultrapassamos o resto juntos e ela alinharia comigo. Não disse, não fiz e magoei a mulher que amava fazendo-a sentir-se insignificante pela Raquel que pouco me dá. Encontramo-nos por acaso há uns tempos e foi daqueles momentos em que eu não tinha muito para dizer fiquei tipo parvalhão a olhar para ela, sempre que a via tudo o que achava que não sentia vinha ao de cima. Notei a cumplicidade que ainda existia entre nós quase me armei em maluco de tanto desejo de a beijar, ela despediu-se de mim a tempo. Não me saíu da cabeça como vêem até hoje.Todos os dias está comigo e vou morrendo um bocado.

Posted by HB.