domingo, setembro 09, 2007

Neste momento quero...

...clarificar-me!
Cada dia é um novo dia, cada época uma nova época. Até aqui não há nenhuma novidade, nem mesmo para mim que sou um perfeito abolicionista da rotina. A minha forma de pensar foi-se adaptando consoante as mudanças. Vivi em função delas, enraizado nas esperanças que elas suscitaram e suscitam, via quase tudo a preto ou branco com objectividade ou fazia por isso. Dei sempre imensa importãncia às coisas pequenas, procurava nelas alguma coisa que as "coisas grandes" não me diziam, imensas coisas podem estar implícitas nos pequenos nadas se estivermos atentos. Há uns tempos a esta parte sinto-me roubado na minha extravagancia de exactidão. ..tenho tido tempo para reflectir, a solidão para nada mais serve senão isso. " Ela" afirma com frequência " o verdadeiro confronto da honestidade é quando nos predispomos a olharmos para dentro de nós desprovidos de tudo e com a coragem de nos enfrentarmos". É aqui que me sinto roubado...não consigo ser disciplinado, objectivo. Vagueei pela noite espanhola e decidido entrei num bar. Já deveria estar farto de bares mas estes despertam-me sempre a curiosidade. Tantas mulheres sozinhas! Tantos homens sozinhos! Vi "meninas-mulheres" que não se ficam pela sugestão, pedem companhia! Tentei passar-lhes ao largo para não lhes pisar sequer a sombra...quanta ausência de amor eu vi! Suscitaram a minha pena...provavelmente a mesma pena que suscitei nelas ao verem-me sentado com a minha vodka e com a alma só Deus sabe lá onde! Não...não sou um ausente de amor, sou apenas um amante com necessidade de lucidez pois tenho dificuldade em exprimir com clareza o que me perturba. Corre na minhas veias a linguagem livre e desenvolta"dela" ....desde menina que a coloquei nos meus sonhos de rapazola. Lembro-me de chegar a casa após as aulas no secundário e ficar parado a pensar nos seus olhos que são como as árvores...ora verdes...ora castanhos. Lembrei-me de como a vi crescer como mulher, formar-se moralmente, conheço o percurso e cada linha que se foi desenhando nas palmas das suas mãos. Participei em todas as suas decisões na penumbra, de forma linear, objectiva, sem falsos conselhos, tentei sempre ser o seu apoio...sempre! O amor imenso não me preenche o vazio do corpo...talvez eu saiba demais para a ter...talvez viva subjugado e substimado pela imagem de quem já a amou como eu um dia. Mas haverá amor maior do que aquele que sobrevive calado, do que aquele que cuida e protege na sombra? Ou sou eu que quantifico o quanto foi amada e amou se é que o amor é quantificável.Ou serão os seus olhos bicolores que me embriagam mais do que qualquer vodka? " Ela " tem uma estranha forma de olhar, sempre teve,tudo nela me envolve e rodeia como um mar de forças misteriosas, sinto-a, adivinho-a, pressinto-a mas não lhe consigo aparar os golpes e falho magoando-a como amiga.Quero "sonhá-la" de olhos abertos para descodificar o que os seus olhos me dizem e a boca cala quero "vivê-la" sem que ela me toque o cérebro pois este deseja que antes de mim nada existisse! Não quero deixá-la escapar ao rapto do meu coração quero deixar de sentir esta angústia em constante sobressalto embora "ela" me acalme. Talvez saiba demais,talvez tenha ouvido demais, talvez tenha ouvido tantas vezes "ela" a afirmar-lhe o seu amor até o deixar de o afirmar que tento procurar o mesmo amor por mim nos seus olhos na esperança que digam o que a sua boca lhe disse a ele um dia. Tento clarificar-me e não consigo....

POSTED BY H.

5 Comments:

Blogger S. C. R. said...

Olá H.

Que lindas palavras que aqui deixaste. Sabes que sempre que acabo de ler este espaço, fico com os olhos em bico! Eu já sou miope, e o fundo preto e as letras miudinhas, dão cabo de mim.
E agora, falando do que realmente importa, quando se ama com todo o coração, com toda a vida, com os braços abertos, e temos a sorte de "realizar esse amor, numa relação", as coisas deviam correr sobre rodas, pois é, mas o mundo não é perfeito e nem sempre isso acontece.
As pessoas têm vida, têm passado, e o amor traz macaquinhos ao sotão! É típico.
O que te posso dizer é que a tua forma de amar é das mais bonitas que já vi, um Homem com H. Grande, ter. Esse teu amor que te faz sentir completo mesmo estando sózinho num bar, entre desconhecidos, é esse amor que te traz de volta a casa.
É esse amor que faz de ti aquilo que és! E eu sei que vais conseguir ser feliz.
Deixa a vida e o amor te sorrir, antes de qualquer atitude em que te possas vir a arrepender.
O amor do outro lado da rua, é teu!

Um beijo da Margem Sul do Tejo!
P.S: Viva o Atlético!
Era brincadeira... ehehehehe

Viste como te fiz sorrir?
Era só isso!
Beijos

12:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Desde menina que faz parte dos teus sonhos de rapazola, grande novidade pá! Em vez de te preocupares com a objectividade porque não pensas que és um gajo muito corajoso porque afirmas sem pudores ou vergonhas o que sentes?Que foste muito corajoso por assistir de bancada a tudo que foi acontecendo na sua vida com ombro forte e abstraído? Passado? Todos temos amigo Branco, como ela também costuma dizer "as coisas são como são!". Já reparaste que quando falas nesse passado parece que falas de algo sombrio. Foi um amor vivido como tantas outras pessoas já viveram, faz parte do percurso humano. Agora é seguir em frente sem olhar para trás. O passado faz parte do futuro, não existe um sem o outro. O problema é quando persiste no presente porque a amizade mantêm-se. Não penses tanto. Vive!

Sonho Azul viva o Atlético? Rapariga vamos ter problemas.EH EH EH!
Ricardo

1:48 da tarde  
Blogger S. C. R. said...

Ricardo:

Era piadinha...
Mas confesso, desde que li o livro da Carolina Salgado, a imagem que tinha do FCP e do Porto, mostrou-se ainda mais clara!

Há muito poucas pessoas do Porto que eu gosto, mas a familia Ying e Yang e tu, estão no meu coração!

Eheheheheh

P.S. Não fiques furioso...
Também há muita gente de Lisboa que eu não gosto!
eehheheeh

Beijos

4:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sócio não fico preocupado pois sempre foste um gajo sensato. Não vais deixar de o ser agora nem por isto.
Foi dito aqui que a tua forma de amar é bonita e também corajosa. É o que te basta. Seres tu!
Grande abraço
Olavo

12:17 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Grande texto branquinho! nao se pode ter tudo, há coisas que não sao para se ter e há que viver com isso. admiro-te porque cosneguiste manter-te sempre à margem embora revoltado.ela nunca aceitou nem quis imaginar o que sentias? é normal, afinal um grande amigo é sempre um grande amigo e quando se cai nessa classe nada a fazer.
Um beijo na testa

Claudia

5:05 da tarde  

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