domingo, dezembro 09, 2007

Noite da mangueira

De vez em quando o “momento da mangueira” é necessário, é salutar e muito sagrado. Quando dois amigos decidem ir para os copos, a noite é só deles onde as mulheres são deixadas de fora. Simplesmente não entram! O engraçado é que mesmo sem elas o tema de conversa SÃO ELAS!Se dois homens solteiros quisessem abrir uma excepção até que poderiam...elas estão por todo o lado mas a noite da mangueira é exclusivamente da mangueira e sem qualquer bichice! Esse amigo que me acompanhou tem um dom natural para a filosofia, sai-lhe de forma espontãnea. Olhava para as mulheres à nossa volta e dizia-me que hoje em dia somos nós os “caçados”, que um mundo novo se tinha gerado...que hoje em dia graças às investidas femininas o sexo masculino está cada vez mais dominado pelo medo e pela apreensão. “ É preciso ter sorte na mulher...” eu concordei com esta expressão e adicionei outra “ As mulheres fazem o que querem dum gajo apaixonado”. Ele concordou com a cabeça e calados demos mais um gole na nossa bebida. Os homens falam abertamente entre si quando têm a necessidade de extravasar emoções contidas. Contidas pelo receio o que nos acagaça é darmo-nos de corpo e alma a alguém. Graças às mulheres que um dia amamos ficamos contaminados com uma série de ideias perturbadoras acerca do amor, das relações. Duas amigas passaram e dão-nos um sorriso, o meu amigo sorri-lhes debaixo do meu olhar atento e vira as costas para o bar e continua a sós com o seu copo. Dei-lhe uma palmada nas costas e disse “ Pois é pá, longe vão os tempos em que podíamos beber um copo e sermos nós a engatar!” Ele saiu-se com mais uma das suas frases bem compostas “ O amor é faminto de segurança e hoje em dia não há nada mais inseguro do que o amor, e assim nos viciamos na solteirice aguda,numa liberdade em que tudo avança e nós detemo-nos.” Boa música de fundo, ambiente giro e estavamos ali os dois à filme americano nos copos e desabafos. Uma mulher pede-nos lume ou qualquer coisa do género...percebemos que nada mais era do que uma desculpa. Ele foi um pouco brusco até, pois compreendeu que ela ia iniciar uma conversa fútil que ele não ia querer ouvir ...nem eu. Aturou todas as minhas “queixas” contrariando-as e eu as dele contrariando-as também. Senti-o engolir a bebia de forma atormentada...conheço bem a sensação. Sentíamos os dois a mesma coisa ainda que em patamares diferentes, era tudo tão mais fácil se não sentíssemos, se fossemos amorfos. Estavamos os dois a ver o ambiente, as pessoas e a filosofar as nossas vidas. Demos connosoco a rir com as barbaridades que eu afirmava quanto a uma pessoa sua amiga que nos tinha brindado com a sua presença numa saída nocturna na semana anterior. Não levou a peito pois cada gajo luta com o que tem e é o que é. O facto é que por muito que o critique ele teve a coragem que nós receamos. Não podemos criticar os “heróis” que se assumem, que assumem o que sentem apenas e só porque somos uns cagarolas! "Paneleirices" à parte terminamos a noite com a ironia da música que rola neste espaço. Descreve o nosso semblante na noite da mangueira. É assustadora a possibilidade de amar depois de amar...

POSTED BY H.

2 Comments:

Blogger jotaeme said...

Hugo: O que se passa amigo? Onde estão os outros(as)? Mónica incluída? O teu blog está a "hibernar" porquê?
Gostava de saber!
Logo vais ao Dragão e "desanca" nos meninos de Liverpool!
Abraço,
Jorge madureira

4:56 da tarde  
Blogger Carina Oliveira said...

Ve la se voltas a escrever!
Tens tanto talento.
Era sempre um previlégio vir aqui ver o que escrevias.
Ganha força e partilha o que sentes com a malta!

Um grande bjnho H.

11:50 da manhã  

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