Neste momento quero...
...clarificar-me!
Cada dia é um novo dia, cada época uma nova época. Até aqui não há nenhuma novidade, nem mesmo para mim que sou um perfeito abolicionista da rotina. A minha forma de pensar foi-se adaptando consoante as mudanças. Vivi em função delas, enraizado nas esperanças que elas suscitaram e suscitam, via quase tudo a preto ou branco com objectividade ou fazia por isso. Dei sempre imensa importãncia às coisas pequenas, procurava nelas alguma coisa que as "coisas grandes" não me diziam, imensas coisas podem estar implícitas nos pequenos nadas se estivermos atentos. Há uns tempos a esta parte sinto-me roubado na minha extravagancia de exactidão. ..tenho tido tempo para reflectir, a solidão para nada mais serve senão isso. " Ela" afirma com frequência " o verdadeiro confronto da honestidade é quando nos predispomos a olharmos para dentro de nós desprovidos de tudo e com a coragem de nos enfrentarmos". É aqui que me sinto roubado...não consigo ser disciplinado, objectivo. Vagueei pela noite espanhola e decidido entrei num bar. Já deveria estar farto de bares mas estes despertam-me sempre a curiosidade. Tantas mulheres sozinhas! Tantos homens sozinhos! Vi "meninas-mulheres" que não se ficam pela sugestão, pedem companhia! Tentei passar-lhes ao largo para não lhes pisar sequer a sombra...quanta ausência de amor eu vi! Suscitaram a minha pena...provavelmente a mesma pena que suscitei nelas ao verem-me sentado com a minha vodka e com a alma só Deus sabe lá onde! Não...não sou um ausente de amor, sou apenas um amante com necessidade de lucidez pois tenho dificuldade em exprimir com clareza o que me perturba. Corre na minhas veias a linguagem livre e desenvolta"dela" ....desde menina que a coloquei nos meus sonhos de rapazola. Lembro-me de chegar a casa após as aulas no secundário e ficar parado a pensar nos seus olhos que são como as árvores...ora verdes...ora castanhos. Lembrei-me de como a vi crescer como mulher, formar-se moralmente, conheço o percurso e cada linha que se foi desenhando nas palmas das suas mãos. Participei em todas as suas decisões na penumbra, de forma linear, objectiva, sem falsos conselhos, tentei sempre ser o seu apoio...sempre! O amor imenso não me preenche o vazio do corpo...talvez eu saiba demais para a ter...talvez viva subjugado e substimado pela imagem de quem já a amou como eu um dia. Mas haverá amor maior do que aquele que sobrevive calado, do que aquele que cuida e protege na sombra? Ou sou eu que quantifico o quanto foi amada e amou se é que o amor é quantificável.Ou serão os seus olhos bicolores que me embriagam mais do que qualquer vodka? " Ela " tem uma estranha forma de olhar, sempre teve,tudo nela me envolve e rodeia como um mar de forças misteriosas, sinto-a, adivinho-a, pressinto-a mas não lhe consigo aparar os golpes e falho magoando-a como amiga.Quero "sonhá-la" de olhos abertos para descodificar o que os seus olhos me dizem e a boca cala quero "vivê-la" sem que ela me toque o cérebro pois este deseja que antes de mim nada existisse! Não quero deixá-la escapar ao rapto do meu coração quero deixar de sentir esta angústia em constante sobressalto embora "ela" me acalme. Talvez saiba demais,talvez tenha ouvido demais, talvez tenha ouvido tantas vezes "ela" a afirmar-lhe o seu amor até o deixar de o afirmar que tento procurar o mesmo amor por mim nos seus olhos na esperança que digam o que a sua boca lhe disse a ele um dia. Tento clarificar-me e não consigo....
POSTED BY H.
Cada dia é um novo dia, cada época uma nova época. Até aqui não há nenhuma novidade, nem mesmo para mim que sou um perfeito abolicionista da rotina. A minha forma de pensar foi-se adaptando consoante as mudanças. Vivi em função delas, enraizado nas esperanças que elas suscitaram e suscitam, via quase tudo a preto ou branco com objectividade ou fazia por isso. Dei sempre imensa importãncia às coisas pequenas, procurava nelas alguma coisa que as "coisas grandes" não me diziam, imensas coisas podem estar implícitas nos pequenos nadas se estivermos atentos. Há uns tempos a esta parte sinto-me roubado na minha extravagancia de exactidão. ..tenho tido tempo para reflectir, a solidão para nada mais serve senão isso. " Ela" afirma com frequência " o verdadeiro confronto da honestidade é quando nos predispomos a olharmos para dentro de nós desprovidos de tudo e com a coragem de nos enfrentarmos". É aqui que me sinto roubado...não consigo ser disciplinado, objectivo. Vagueei pela noite espanhola e decidido entrei num bar. Já deveria estar farto de bares mas estes despertam-me sempre a curiosidade. Tantas mulheres sozinhas! Tantos homens sozinhos! Vi "meninas-mulheres" que não se ficam pela sugestão, pedem companhia! Tentei passar-lhes ao largo para não lhes pisar sequer a sombra...quanta ausência de amor eu vi! Suscitaram a minha pena...provavelmente a mesma pena que suscitei nelas ao verem-me sentado com a minha vodka e com a alma só Deus sabe lá onde! Não...não sou um ausente de amor, sou apenas um amante com necessidade de lucidez pois tenho dificuldade em exprimir com clareza o que me perturba. Corre na minhas veias a linguagem livre e desenvolta"dela" ....desde menina que a coloquei nos meus sonhos de rapazola. Lembro-me de chegar a casa após as aulas no secundário e ficar parado a pensar nos seus olhos que são como as árvores...ora verdes...ora castanhos. Lembrei-me de como a vi crescer como mulher, formar-se moralmente, conheço o percurso e cada linha que se foi desenhando nas palmas das suas mãos. Participei em todas as suas decisões na penumbra, de forma linear, objectiva, sem falsos conselhos, tentei sempre ser o seu apoio...sempre! O amor imenso não me preenche o vazio do corpo...talvez eu saiba demais para a ter...talvez viva subjugado e substimado pela imagem de quem já a amou como eu um dia. Mas haverá amor maior do que aquele que sobrevive calado, do que aquele que cuida e protege na sombra? Ou sou eu que quantifico o quanto foi amada e amou se é que o amor é quantificável.Ou serão os seus olhos bicolores que me embriagam mais do que qualquer vodka? " Ela " tem uma estranha forma de olhar, sempre teve,tudo nela me envolve e rodeia como um mar de forças misteriosas, sinto-a, adivinho-a, pressinto-a mas não lhe consigo aparar os golpes e falho magoando-a como amiga.Quero "sonhá-la" de olhos abertos para descodificar o que os seus olhos me dizem e a boca cala quero "vivê-la" sem que ela me toque o cérebro pois este deseja que antes de mim nada existisse! Não quero deixá-la escapar ao rapto do meu coração quero deixar de sentir esta angústia em constante sobressalto embora "ela" me acalme. Talvez saiba demais,talvez tenha ouvido demais, talvez tenha ouvido tantas vezes "ela" a afirmar-lhe o seu amor até o deixar de o afirmar que tento procurar o mesmo amor por mim nos seus olhos na esperança que digam o que a sua boca lhe disse a ele um dia. Tento clarificar-me e não consigo....
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